segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Justiça para Ricos e Pobres, Entrevista a J. M. Júdice...

Entrevista para a "Máxima". (Clique aqui para ler resto do artigo)

"Quanto mais atrasada é uma sociedade, mais gritantes são as assimetrias entre as várias camadas da população. E a (in)justiça, por definição, também. É mais uma questão de cidadania, de direitos cívicos e consciência deles, do que de rendimentos per capita.
O grande combate que estou a fazer tem a ver com o apoio judiciário. Se o homem mais rico de Portugal e o mais pobre dos mendigos tiverem ambos, ao mesmo tempo, enfarte de miocárdio na Avenida da Liberdade, são ambos levados para o hospital e é natural que o homem mais rico tenha a máquina melhor e o melhor médico que ali se encontre. Não digo que seja forçosamente assim. Mas o mendigo continua a ter um médico, uma máquina, uma assistência. Contudo, se o homem mais rico de Portugal der um tiro na cabeça da mulher, e se o mendigo mais pobre de Portugal der um tiro na cabeça da mulher, a diferença de apoio que eles têm é 100 vezes maior do que no caso da Saúde. Ora, a Constituição não os distingue! Portanto, não descansei enquanto no Direito não estivermos muito mais próximos do que noutros direitos."

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