sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Português Acusa Justiça Espanhola de o Ignorar

Eusébio dos Santos é um homem marcado pela dor. Não consegue esconder as lágrimas sempre que fala dos filhos. "São o mais importante na minha vida", garante ao chorar.

Desde Sábado que está afastado do mais novo, de apenas 15 meses. Sujeito a alegados maus-tratos por parte da mulher, o trabalhador português, a viver em Espanha há 14 anos, denunciou a situação.

Ganhou uma ordem de restrição, mas ficou sem a custódia do filho. "Ela nunca trabalhou e tenho as provas do hospital das agressões que me fazia" começa por dizer. "Na sexta-feira fui ao centro de saúde fazer um curativo ao dedo. O médico viu-me tão mal, perguntou-me o que se passava e comecei a chorar", conta. O médico incentivou-o a dar o primeiro passo.

"Já que perdi a vergonha, juntei todas a provas e fotografias e apresentei queixa na polícia." O pedreiro português não se conforma com o resultado da denúncia. "A Juíza mandou-a ficar afastada de mim 200 metros, mas deu-lhe a custódia do meu menino [com 15 meses]. Só tenho direito a ver a criança nas terças e quintas-feiras à tarde e nos sábados. Nem dormir com ele no fim-de-semana posso" lamenta. O homem, de 40 anos, diz que teme pela segurança do pequeno: "Nem para lhe fazer comida ela se levanta".

ANA MAIA, Jornal “Global”, 11-11-2008