terça-feira, 26 de maio de 2009

Se o estado deve assegurar a ordem social porque é o próprio o grande factor de destabilização?

Estão os “Superiores interesses” da menina russa, a pequena Alexandra, acautelados?

As Mães e os Pais portugueses estão chocados com as imagens que viram esta segunda-feira de maus-tratos físicos, emocionais, sobre a pequena Alexandra por parte da Mãe biológica, a quem a justiça portuguesa confiou a guarda da menor.

Perante estas imagens, e todo o contexto que envolve a criança (situação quanto à satisfação das suas necessidades essenciais – físicas, afectivas, económicas; violação da sua intimidade/identidade pelos média) não se pode deixar de expressar viva preocupação alertando/denunciando para os contornos preocupantes do caso em apreço e para a constante repetição deste tipo de situações.

Devemos nos associar à sustentada opinião comum de que a Alexandra é, neste momento, face a todo o historial da Mãe biológica e a estas imagens, claramente uma criança em risco. Não fala a língua russa, está afastada da família de acolhimento, a única que conhece e à qual está afectivamente ligada, encontrando-se manifestamente numa situação de violento desamparo (psicológico, afectivo, económico, etc.).

As declarações, atitudes e comportamentos da Mãe biológica são, a todos os níveis, preocupantes e devem merecer a atenção das autoridades nacionais que por todos os meios possíveis devem procurar garantir o cumprimento da decisão judicial, na base deste caso, para que se garanta que a Alexandra tem todas as condições para ser, de facto, uma criança feliz como merece. Perante a reportagem da estação televisão russa NTV, que acompanhou a viagem e os primeiros dias de Alexandra na Rússia, bem como as declarações da Mãe Natália, devemos perguntar se o superior interesse desta criança foi/está efectivamente acautelado e se a decisão do Tribunal Português, que entregou a guarda desta criança à Mãe biológica, terá sido acertada, contribuindo eventualmente, ou não, para a situação de risco...

É igualmente relevante, avaliar/exigir o cumprimento do papel das autoridades russas, para o acompanhamento responsável e efectivo deste caso que de início, tão voluntariosamente, tomaram em mãos. Em causa, está uma criança indefesa perante um drama terrível paradoxalmente resultante da acção de quem a devia proteger... Mãe/Pai são aqueles que a criança reconhece como tal, adultos/modelos significativos... Tudo o que à força se lhe queira impor está muito longe de respeitar o seu superior interesse sendo pouco mais do que forma adoçada de mascarar pretensa atenção aos seus direitos.

Espera-se que ainda se possam corrigir erros de percurso ansiando que a pequena Alexandra não desapareça no esquecimento da comunicação social e das autoridades portuguesas e russas. Mais uma criança que colocámos em risco!

Lisboa, 26 de Maio 2009

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